Parede em London Bridge
Parede em London Bridge

Em 2004 decidi que daquele ano não passaria: eu ia morar no exterior. Eu já tinha terminado a faculdade de Jornalismo e emendei uma pós-graduação que estava prestes a terminar. Também tinha sido demitida da empresa em que trabalhei por anos, onde comecei como estagiária.

A necessidade de aprender inglês foi aumentando e parecia que tudo estava conspirando para que meu sonho de morar no exterior se realizasse. Eu lembro de uma cena de quando era pequena e andava com minha mãe pela cidade. Passamos por dois viajantes que percorriam pontos turísticos com suas mochilas, falando outra língua e conversando felizes, quando eu pensei: quando crescer quero fazer a mesma coisa.

Minha primeira casa em Londres
Minha primeira casa em Londres

Pronto, resolução de ano novo feita e comecei a me preparar para tornar o sonho realidade. Escolhi Londres por ser uma cidade multicultural, onde eu estaria cercada de outras nacionalidades, além de estar no centro do mundo e ter fácil acesso a outros países. Criei coragem, pesquisei, paguei um curso de inglês e acomodação e parti sem conhecer ninguém e nem sequer falar inglês direito.

No primeiro dia, tive medo de encarar os estrangeiros que já moravam na mesma casa que eu, medo de ir até a esquina procurar a lojinha que vendia o ticket de transporte e medo também de arriscar no meu inglês. Era um mundo novo e desconhecido e a única coisa que eu tinha certeza é que jamais iria deixar algo de errado acontecer, então devagar fui reconhecendo o terreno e andando mais pelas ruas vizinhas até me sentir segura.

Nos dois anos em que morei em Londres encarei o choque cultural, tive medo de andar de metrô, não entendia as respostas com aquele sotaque britânico depois de fazer as perguntas que eu aprendi no curso de inglês, fingia que entendia tudo quando consegui o primeiro emprego e depois que o chefe saía eu ia correndo perguntar tudo para uma amiga que já trabalhava lá. Sou otimista por natureza e tudo que pareceu problema transformei em desafio e aprendi.

[ngg src=”galleries” ids=”36″ display=”basic_imagebrowser”]Morar fora é um desafio diário, um aprendizado que nenhuma faculdade ensina e uma das melhores coisas do mundo. Depois voltei para o Brasil e acabei indo morar fora de novo, mas isso conto para vocês logo, logo. E se você sonha em morar fora, planeje, pesquise e vá mesmo. Não tem nada no mundo que ensine mais do que conviver com culturas tão diversas. 2014 está aí e quem sabe seja este o ano de riscar o sonho da sua lista de desejos?

Feliz Viagens!

Ana Beatriz Freccia Rosa é jornalista e blogueira, mora em Londres (de novo) e é gestora de conteúdo de um site para pessoas que querem mudar de país.

Siga @anafreccia pelo Twitter e Instagram e o blog O mundo que eu vi (www.omundoqueeuvi.com).

 

Ana Beatriz Freccia Rosa começou a sua volta ao mundo em 2004 quando foi morar em Londres. De lá, fez algumas viagens pela Europa e dois “mochilões” pelo Oriente Médio e parte da Ásia. Voltou para o Brasil, percorreu parte da América Latina e não conseguiu sossegar. Em 2010 partiu para mais uma aventura com passagem só de ida para o Sudeste Asiático e um período sabático na Austrália, onde viveu por dois anos e meio. Em abril de 2013 largou a casa de frente para o mar e voltou para a Terra da Rainha, onde tudo começou. Visite também o meu instagram @omundoqueeuvi e o meu canal no youtube aqui.