Rogério Robetti, 29 anos, percorreu algumas cidades antes de desembarcar em Dublin, em fevereiro de 2014. “Nasci em São João (interior do Paraná, perto de “Pato Branco, daí”), mas morei em Francisco Beltrão durante o ensino médio; em Pato Branco durante a faculdade e depois Dois vizinhos e Curitiba antes de vir para Dublin. Atualmente estou em Napoli reconhecendo a cidadania italiana”, conta. Não demorou muito até conseguir um estágio como Engenheiro de Software e se destacar na empresa. Confira o percurso dele nesta entrevista divertida e inspiradora. 🙂
O que te trouxe à Irlanda?
Entendia que jamais seria fluente em inglês sem viver um tempo fora do país, em um país que falasse a língua nativamente, aliado a isso, havia também uma certa decepção de como as coisas iam no Brasil, que para mim é um país injusto em tantos sentidos que me levaram a procurar uma experiência externa àquela situação. Desta forma, buscando países de língua inglesa, a Irlanda se tornou a opção mais atrativa, pois o visto de estudante me daria também a possibilidade de trabalhar, adquirindo além do inglês, a desejada experiência internacional.
Passou por alguns empregos antes de se estabilizar no atual?
Não, minha visão quando estava no Brasil era que não queria trabalhar em nada que não fosse na minha área, a ideia era que não sendo possível achar um trabalho na área eu ficaria somente os seis meses de curso e voltaria para casa. Chegando na Irlanda, isso mudou rapidamente: eu não esperava que o custo de vida fosse tão alto (falha minha, deveria ter pesquisado melhor), então decidi que se fosse necessário trabalhar em outros empregos para ficar os seis meses não seria problema, felizmente não foi necessário e pude dar sequência a minha carreira.
Como foi o processo seletivo para começar o estágio?
Como trabalho com TI, já tinha larga experiência na minha área e um inglês intermediário. Na primeira entrevista, a qual compareci indicado pela SEDA College, tive uma conversa de 15 minutos com o dono da empresa. Creio que ele já tinha avaliado meu currículo e só queria garantir que eu tinha condições mínimas de me comunicar em inglês, assim, fui aprovado e comecei a trabalhar no mesmo dia.
Como foram os primeiros dias?
Os primeiros dias foram os melhores e os piores. Melhores porque tudo é novo e lindo, há uma curiosidade imensa a respeito de tudo, uma vontade de ver tudo e ir em todos os lugares possíveis, conversar com pessoas de outros países. Piores porque quando vim para Dublin eu não conhecia ninguém, tinha vagas informações de outras pessoas que já tinham vindo e o contato de uma amiga de uma amiga que estava vivendo em Dublin. Essa incerteza e a cobrança que eu tinha sobre mim mesmo em relação a vencer os desafios da língua e trabalho, mais o medo de falhar, despertaram em mim os instintos mais primitivos de sobrevivência, e isso ajudou muito. Creio que jamais produzi tanto e tão rapidamente quanto nos meus primeiros seis meses em Dublin, adquiri fluência na língua, comecei a trabalhar e fiz uma certificação em minha área.
O que você considera ter sido fundamental para a sua contratação como funcionário?
Creio que o inglês bom e resultados alcançados durante o período não remunerado (um mês mais ou menos).
Como a sua vida como intercambista foi modificada a partir do momento que você passou a ser funcionário da empresa?
Primeiramente, mudou a alimentação: deixei de comer tanto macarrão (que era a coisa mais barata disponível (risos)) pra variar o cardápio, passando a comer fora a maior parte dos dias da semana. Embora eu não tenha o ímpeto da maioria das pessoas que conheci de viajar e conhecer dezenas de países, acabei tendo a possibilidade de visitar Paris, Londres, Barcelona, Veneza e Verona, cidades que sempre tive muita curiosidade de conhecer. Meses atrás eu comprei um relógio, isso mais de um ano depois de chegar a Irlanda. Era um relógio que eu tinha visto nos primeiros dias aqui, mas tinha esquecido em que loja e onde era, quando finalmente achei a loja não tive dúvidas, comprei. É algo que tem um valor sentimental pra mim, simboliza ter atingido os objetivos que vim buscar em Dublin.
Quais os planos para o futuro?
Atualmente estou focado em finalizar o processo de cidadania italiana, após isso estarei competindo pelas posições mais altas na minha área na Irlanda ou na Inglaterra, sendo que tenho uma predileção por Dublin. Com pouco mais de um mês em Dublin eu já sentia que era a minha casa, também deixei bons amigos aí e seria ótimo poder voltar. Estou aprendendo italiano há alguns meses, pretendo ganhar fluência e começar a aprender espanhol ainda este ano.
Minha filosofia é sempre colocar o alvo o mais alto possível, para que mesmo que não seja capaz ou possível de alcançar o objetivo, acabarei sempre num ponto mais alto do que o que estou agora. Como aprendi com um querido amigo meu chamado Coguta “É pé na porta e soco na cara” (risos), é uma música do Matanza, mas o sentido pra mim é o de qualquer coisa que eu me disponha a fazer, farei pra deixar uma marca, farei da melhor forma que eu conseguir.
Update: No momento desta publicação, o Rogério já conseguiu sua cidadania italiana! Parabéns, Rogério! Que você alce voos ainda mais altos a partir de agora! 😀
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