Quando viajamos para o exterior é difícil conter a vontade de sair comprando tudo o que vemos pela frente, não é mesmo?
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Quando viajamos para o exterior é difícil conter a vontade de sair comprando tudo o que vemos pela frente, não é mesmo?! É complicado dizer ‘não’ a promoções tentadoras, a produtos “exclusivos” e a vendedores convincentes. Aliás, por falar em vendedores, os que ficam nos quiosques dos corredores dos shoppings (se você já foi a um shopping nos EUA deve ter percebido que o número de quiosques lá é muito superior que nos shoppings brasileiros) são verdadeiros obstáculos a serem vencidos.
Lembro-me de um domingo, durante meu intercâmbio, em que estava no shopping e – obviamente – acabei fazendo uma comprinha. Me dei de presente uma bolsa. De marca sim, mas nada exorbitante. Passeava tranquilamente pelo Mall Of America (maior shopping dos EUA) quando fui abordada por uma vendedora de kit de manicure.
Pronto. Ferrou. Ela me alugou por, pelo menos, uns dez minutos. De maneira educada, disse todos os “nãos” possíveis. Ou ela não entendia meu inglês ou seu senso de persistência era muito bom. Prefiro acreditar na segunda opção. Ela me disse que daria um desconto muito bom se eu comprasse e falasse para os meus amigos a marca do produto, assim como eu iria falar a marca da roupa que eu comprei. Sim, ela observou a sacola que estava na minha mão (achou que era roupa). Na hora fiquei parada olhando para cara dela, processando a informação. Com um sorriso falso, agradeci e neguei a proposta novamente. Consegui ir embora.
Meia hora depois, caminhando para o cinema, uma vendedora de chapinha me parou, me fez sentar no banco e ficou demonstrando a bendita chapinha e seus milagrosos resultados. Mais uma vez sorri, conversei, mas acabei negando a proposta. Mais uma vez uma chuva de descontos desabou sobre mim. Permaneci forte com a minha decisão de não comprar aquela chapinha, afinal já tenho uma. #trabalhandomeuladonãoconsumista
Não satisfeita com o meu ‘não’, a gerente se aproximou, me fez sentar DE NOVO no banco, mexeu DE NOVO no meu cabelo (e quem me conhece sabe como odeio que mexam no meu cabelo) e desabou a chuva de propostas DE NOVO! Educadamente falei que não estava interessada no momento. Foi então que ouvi o que jamais esperaria escutar nos EUA: “Se você tem dinheiro para comprar nessa loja, você tem dinheiro para comprar essa chapinha”, disse aquela mulher apontando para a minha sacola.
Fiquei pasma. Não era nem uma marca assim absurdamente cara. Não era uma Channel, Prada nem nada do tipo. OK, não era baratinha, mas não era coisa de outro mundo. Mantendo a compostura, tentei mais uma vez ser educada e falei que não iria comprar porque já tinha gastado muito.
Não contente com a minha resposta, a mulher perguntou quanto eu havia gasto. Oi?! Sério que ela perguntou aquilo?! Mesmo indignada, falei que tinha gasto QUASE 200 dólares (porque se eu falasse a verdade ela não ia sossegar até eu comprar a tal chapinha). Acha que ela desistiu?
– Mas você só está com uma sacola!
– Sim, mas as coisas dentro dela foram caras! – respondi.
– Deixe-me ver. $200 por uma bolsa?
Respirando fundo, expliquei que eu tinha outras coisas dentro da sacola. Não convencida, ela simplesmente pegou a bolsa que eu havia comprado, retirou da sacola e tentou ver o preço. Aquilo ultrapassou qualquer nível de paciência que ainda me restava. Retirei a bolsa de sua mão e disse que não iria comprar naquele dia. Ela simplesmente virou a cara e me deixou ir.
O que aprendi? Esteja preparado para os ataques dos vendedores (principalmente os ‘sem noção’) e não caia em tentações. Promoções existem o tempo inteiro. Se você estiver fazendo intercâmbio, lembre-se que precisa de um planejamento melhor ainda, pois há gastos necessários. Se estiver turistando, evite compras no cartão, pois quando a fatura chegar, a surpresa pode não ser das melhores por conta do dólar do dia e do IOF.
😉