Com destinos com ótimo custo-benefício, continente sul-americano pode ser uma ótima opção para aproveitar todos os benefícios que uma viagem de estudos tem a oferecer
Às vezes, a vida encontra maneiras de dar um empurrãozinho para a realização de um intercâmbio. A fonoaudióloga Beatriz Pucci sempre teve o sonho de estudar fora do país, e considerava uma viagem para aprimorar o inglês como primeira opção. Os planos, porém, eram adiados constantemente devido aos altos valores envolvidos – afinal, os destinos considerados eram lugares onde o dólar e o euro seriam o parâmetro para todos os custos.
Mas, em 2021, algo aconteceu. “Fiz uma entrevista de emprego e os principais países de atuação seriam na América Latina”, relembra a paulista de 31 anos. “Deu tudo certo, e, no trabalho, 60% das tarefas, entre reuniões, aulas e treinamentos, são em espanhol. Foi aí que vi a necessidade de fazer um intercâmbio imediato para me aprimorar no idioma”. Os aspectos financeiros fizeram, segundo Beatriz, toda a diferença para escolher um destino na América Latina. “O Euro continuava valorizado, eu precisava da experiência imediatamente e… minha empresa iria realizar um evento presencial em Bogotá. Então uni o trabalho ao meu sonho”.
A Colômbia, destino escolhido por Beatriz, é, ao lado da Argentina, um dos países mais procurados na América Latina por quem deseja realizar um intercâmbio pelo continente, conta Thiago España, CEO da agência selo Belta World Study Brasil. O especialista conta que o custo-benefício é uma das maiores vantagens para quem busca realizar uma viagem de estudos sem ter que cruzar oceanos. “Os preços são mais acessíveis pela proximidade dos lugares, então você pode se programar rapidamente durante um curto período de férias, com voos não muito longos, e ainda encontra tempo para se divertir e estudar no país escolhido”.
O ponto de vista é compartilhado por Rosana Lippi, diretora de produtos da agência selo Belta STB, que adiciona o fator cambial à equação – as moedas pelo continente são desvalorizadas perante ao real, o que acaba ajudando na hora de montar o orçamento de viagem. A especialista, que aponta o Chile também como um destino bastante procurado por estudantes, ressalta a distância menor entre os países e o Brasil para pontuar outro ponto que impacta nos valores finais do intercâmbio: “A viagem é mais curta e, muitas vezes, o preço da passagem aérea também é mais acessível, quando comparado a passagem aérea para a Europa”.
Apesar de fazer fronteira com 10 dos 12 países do continente, as diferenças entre outros países sul-americanos e o Brasil são imensas – a começar, claro, pelo próprio idioma. Contudo, aprender o espanhol e estar imerso em culturas que, mesmo geograficamente próximas, estão distantes da nossa realidade, é, ao lado do fator financeiro, o que contribui para a escolha dos nossos vizinhos como destinos de uma viagem de estudos.
Apesar das diferenças, há muitos pontos de união. “A adaptação nos países das América do Sul é mais facilitada”, pontua Thiago, da World Studo Brasil, sobre os estudantes que escolhem um país do continente para o intercâmbio. “Nós, latinos, temos características muito únicas: nossos relacionamentos interpessoais, a forma de se comportar diante de familiares e amigos, a comunicação, a forma de pensar, os hábitos… são bem parecidos e nos aproximam ainda mais”.
Um é pouco, dois é bom, três é ainda melhor
O inglês, segundo aponta as últimas pesquisas Selo Belta, é a língua de preferência por aqueles que desejam dominar um idioma estrangeiro. Mas há quem já se sinta confortável o suficiente com a língua de Shakespeare para ampliar o leque de idiomas – caso de Leonardo Kaneko. O analista de sistemas de informação passou pouco mais de um mês na Colômbia por já ter fluência no inglês e também “por gostar muito do espanhol, apesar de não dominá-lo”.
“Optei pela Colômbia porque, pelo que pesquisei, parecia ser um povo bem caloroso, assim como nós, brasileiros. Havia cidades com um bom mix de natureza, muita gente, bons bares, festas, gastronomia rica, boas opções de entretenimento gay e música”, conta o carioca de 33 anos sobre as expectativas sobre o país que escolheu como destino de intercâmbio. A escola de idiomas escolhida, que dava a opção de estudar em diferentes cidades, enriqueceu ainda mais a experiência de Leonardo, que passou por salas de aula em Bogotá e Cartagena.
Tal como no caso de Beatriz, a escolha de Leonardo por um país da América Latina como destino de intercâmbio foi influenciada – ou, em suas palavras, “foi um fator decisivo” – por questões financeiras. “Caso optasse pela Europa, minha viagem seria muito mais restrita em termos de passeios, compras e diversão como um todo”, conta o agora hispanoparlante.
Entre similaridades e diferenças, realizar um intercâmbio pela América Latina, mesmo com valores mais em conta, apresenta os mesmos atrativos de realizar um intercâmbio para qualquer destino, destaca Rosana, da STB: “Oportunidade de aprender um idioma in loco, conhecer uma nova cultura, fazer amizades e networking com pessoas de diferentes nacionalidades”. Leonardo é a prova viva das palavras da especialista: “O contato constante com uma cultura diferente é maravilhoso. Fiz muitos amigos de várias partes do mundo”.
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Los distintos acentos
Embora o idioma seja o mesmo, o espanhol falado nos países da América Latina têm sabores diferentes. Os sotaques de cada povo são temperados por pronúncias, palavras e sons distintos e bem particulares. Quer saber como é um pouquinho da maneira de falar de cada um? Procure pelas seguintes séries para se deliciar com a riqueza de acentos de cada país!
– Argentina: El Marginal
– Chile: El Reemplezante
– Colômbia: La Reina del Flow
Todas as informações contidas nesta publicação pertencem ao site da Belta.