Carnaval de Veneza: Conheça a história das máscaras e fantasias
Carnaval de Veneza: Conheça a história das máscaras e fantasias

Por Bia Mignolo e Euzébio de Andrade – Celebrado em várias partes do Mundo, o Carnaval ou Entrudo, antigo folguedo carnavalesco que consistia em várias brincadeiras. As mais comuns eram as pessoas atirando água, farinha, ovos podres e fuligem umas nas outras. Teve a sua origem na Europa, segundo uns nas festas em honra de Baco ou Saturno da Roma antiga, embora outros se inclinem mais para reconhecer a sua raiz nos rituais celtas pagãos que foram posteriormente regulamentados pela Igreja Católica.

Hoje é quase consensual que a palavra Carnaval originou-se de carne + vale (do latim: caro, carnis = carne; vale = adeus), ou ainda da expressão carne levare ou carnilevamen. As duas expressões têm sentido quase idêntico: suspensão da carne, abstenção de carne, o Carnaval marcava o fim dos prazeres carnais e era celebrado com grande liberdade de costumes, em que se podia comer e beber sem limite, nos três dias anteriores à Quaresma, período de abstinência em que só era permitido comer peixe. O Carnaval de Veneza pode ser considerado o mais importante e famoso de toda a Europa.

O Carnaval de Veneza é dito ter originado a partir de uma importante vitória do “Della Repubblica Serenissima” (como era chamada a cidade de VENEZA naqueles tempos), na guerra contra Ulrico, o patriarca de Aquileia, em 1162 anos. Para comemorar esta vitória, as danças e as reuniões passaram a realizar-se na Praça de San Marco.

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Após a derrota, Ulrico teve de pagar à cidade um touro e doze porcos, como reembolso de guerra. Assim, a partir desse momento, a tradição foi criada, de “executar” todo ano a mesma quantidade de animais na praça San Marco, toda a população participava da festa, que tinha banquetes, bailes e acrobatas. Carnaval nasceu oficialmente.

É claro, como era habitual naqueles tempos, e devido ao caráter multicultural de Veneza, mágicos e outros se juntaram à festa. Alguns por trabalho, outros somente por diversão.

O Bauta também é conhecida como a máscara de Casanova. É toda branca em forma de bico, exceto os olhos. Esta máscara também é usado com um chapéu com três pontas. Dá a ideia de misterioso e sombrio. Esta máscara é provavelmente a mais conhecida em todo o mundo.

bauta
bauta

O carnaval começou no século XI, quando tinha a duração de seis meses, e alcançou sua maior popularidade no século XVIII. Durante este período, os venezianos de todas as classes sociais, ficavam vestidos com uma espécie de casaco largo preto, chamado de “tabarro“,uma capa preta de seda cobrindo os ombros e o pescoço, e o “bauta” (máscara branca em forma de bico).

O tabarro veneziano, tradição e história
O tabarro veneziano, tradição e história
Giovanni Grevembroch -
Giovanni Grevembroch – “Mascare” – (18th century)

Com o tempo, estes simples trajes iguais foram dando vazão à imaginação pessoal, e fez vestidos muito diferentes, que muitas vezes foram inspirados nos personagens do Teatro de Comédia, o mais famoso foi o personagem chamado “Mattaccino“.

Fantasiados tudo era permitido, sem hierarquias sociais respeitadas, as pessoas podiam interferir na aristocracia ou ridicularizar as autoridades. Veneza se transformou em um palco de teatro real, onde as danças, canções e amor foram os protagonistas libertinos.

Máscaras do Carnaval de Veneza
Máscaras do Carnaval de Veneza

As máscaras no Carnaval de Veneza se tornaram um hábito para os nobres inescrupulosos, pois assim poderosos matavam seus rivais ficando impunes e mulheres podiam se entregar aos prazeres do sexo com os servos, pois eram protegidas por uma lei que absolvia as damas da acusação de adultério caso o homem estivesse usando uma máscara, afinal ele podia ser seu próprio marido. Por isso, em 1608 o uso das máscaras chegou a ser proibido, fazendo assim com que o Carnaval de Veneza entrasse em decadência, mas depois voltou a ser permitido e até hoje a cidade festeja durante esse período do ano.

Após quase desaparecer no século XIX, o Carnaval de Veneza vem, desde 1980, sendo revivido e encorajado pelas autoridades. Atrai hoje mais de 100 mil pessoas que, apesar do frio e da ameaça das marés altas que freqüentemente inundam a praça de São Marcos, para ali convergem a fim de admirar o luxo das fantasias e das máscaras.

08.03.2011 Venezia, Piazza San Marco. Carnevale di Venezia 2011. © Matteo Bertolin/Unionpress
08.03.2011 Venezia, Piazza San Marco. Carnevale di Venezia 2011. © Matteo Bertolin/Unionpress

Em Veneza, nas belas mansões e palácios do Gran Canale, organizam-se também luxuosos bailes, regados a champanhe e animados por ruidosas orquestras. A alta sociedade internacional, afastada do burburinho das ruas, comparece aos salões dos hotéis de luxo, decorados a cada ano com temas retirados das óperas de Verdi. Neles dançam-se valsa, tarantela e até mesmo o samba, cada vez mais popular. O povo, por sua vez, concentrado na Praça São Marcos, se diverte de maneira bem mais desinibida.

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Curiosidade

Commedia dell’arte – Conhecida também como Comédia de Máscaras, a Commedia Dell´Arte era composta por espetáculos teatrais em prosa, muito populares na Itália e em toda a Europa na segunda metade do século XVI até meados do século XVIII. O espetáculo era baseado no improviso dos atores, que seguiam apenas um esquema elaborado pelo autor para cada cena cômica, trágica ou tragicômica. Grandes atores criavam as ações e os diálogos diante do público. Tornaram-se famosas as figuras de Arlequim, do doutor, do capitão Spaventa, de Pulcinella, Pantalone e Colombina, entre outros, com seus tipos físicos regionais, com seus dialetos e temperamentos especiais, vestimentas e máscaras características.

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