Alemanha, Canadá e Espanha sofrem com o envelhecimento populacional e dependem de profissionais estrangeiros para continuarem a crescer economicamente
Dados de um relatório feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que a população mundial está envelhecendo. Com a diminuição dos jovens e aumento de pessoas mais velhas, os países precisam lidar com uma série de desafios e um deles é a mão de obra no mercado de trabalho.
O cenário de envelhecimento mundial mudou a perspectiva de muitas nações, que já têm repensado suas políticas de imigração a fim de movimentar a economia e atrair trabalhadores estrangeiros para diversos setores, estimulando o aumento populacional e o intercâmbio cultural.
No Canadá, por exemplo, o plano é receber mais de um milhão de migrantes nos próximos anos para aumentar a força de trabalho do país. De acordo com o ministro da Imigração do Canadá, Sean Fraser, a ideia é atrair 465 mil novos residentes permanentes até o fim de 2023, 485 mil em 2024 e até 500 mil em 2025.
No entanto, para atuar no mercado de trabalho de países internacionais, os brasileiros precisam estar preparados. Além da documentação necessária, muitos governos solicitam a realização de um teste de inglês ou de outros idiomas para comprovar que o profissional saberá se comunicar na nova nação.
Alemanha
Considerada uma das grandes potências mundiais, a Alemanha é um dos países que está em busca de mão de obra estrangeira. Em maio de 2023, inclusive, o parlamento alemão se reuniu para debater questões sobre a flexibilização da imigração para trabalhadores que conseguirem emprego no país.
Segundo o Ministro do Trabalho da Alemanha, Hubertus Heil, o país terá falta de 7 milhões de trabalhadores até 2035 se a nação não tomar nenhuma iniciativa, o que resultará em um freio econômico. Enfermeiros e trabalhadores da indústria são os profissionais que estão no radar da Alemanha em processos seletivos abertos para estrangeiros.
Geralmente, o visto de trabalho para esse país é relativamente direto, já que, uma vez contratado por um empregador alemão, o processo é iniciado. Ao enviar o contrato de emprego aos estrangeiros, os empreendedores da Alemanha atestam que o profissional é qualificado para a posição, o que facilita para as etapas seguintes para a obtenção do documento.
Já os estudantes estrangeiros encontram um leque de bolsas de estudos e vistos especiais. Alguns cursos de graduação e pós-graduação podem ser encontrados em inglês. O domínio do idioma nativo não é necessário, no entanto, amplia as possibilidades de oportunidades no país.
Canadá
A necessidade do aumento de mão de obra estrangeira é uma realidade no Canadá. Segundo Fraser, o país necessita de profissionais em todos os setores, incluindo enfermeiros, médicos, caminhoneiros, construtores e engenheiros de software.
As oportunidades de trabalho no país, no entanto, não se restringem apenas aos trabalhadores do modelo tradicional. Os chamados nômades digitais, por exemplo, também estão na mira da nação.
Esses trabalhadores aproveitam da tecnologia para realizar suas tarefas profissionais de maneira remota, não dependendo de uma base fixa para trabalhar. Dessa forma, os nômades digitais podem ou não atuar no país por um longo tempo. Essa nova configuração está sendo aceita pelo governo canadense, que criou um visto específico para esse tipo de profissional.
Os requisitos para atuar no país costumam variar, mas, geralmente, são a proficiência em inglês e francês, formação superior e ter documentações como visto e passaporte atualizadas. Para atuar no Canadá, a realização de um curso de inglês pode ser fundamental.
Vale lembrar que o conhecimento nesse idioma pode ser interessante para inscrição em vagas em outras nações, até mesmo as que não o possuem como língua nativa. Isso porque, o inglês é considerado um idioma internacional, sendo falado em todos os países e principalmente no ambiente corporativo em escritórios, conferências e reuniões.
Espanha
Na Espanha o mesmo cenário se forma. De acordo com o ministro da Previdência Social e Migração, José Luis Escrivá, os profissionais estrangeiros são uma saída para lidar com o envelhecimento da população e não impactar negativamente a economia do país.
Com isso, a Espanha afrouxou as regras de imigração para tentar atrair trabalhadores estrangeiros, principalmente os da América Latina. A nova política do país visa preencher empregos qualificados e não qualificados que geralmente são difíceis de serem ocupados.
Os nômades digitais, assim como no Canadá, também estão sendo percebidos no território espanhol. Na nação, esses profissionais podem trabalhar por até um ano e depois precisam tentar um visto de residência de três anos, renovável por mais dois anos.
Existem, no entanto, alguns requisitos, como ter graduação ou pelo menos três anos de experiência na área, certificação de trabalho, ter recursos financeiros para se manter no país e seguro saúde privado.