Com fronteiras fechadas e suspensão de emissão de vistos em decorrência da pandemia do coronavírus, incertezas geram ansiedade em quem planejava viagem a trabalho ou estudo
A pandemia gerada pelo coronavírus mudou a rotina no mundo e também impactou os planos de quem pretendia viajar a trabalho, estudo ou até mesmo passeio para os Estados Unidos.
Com os consulados fechados, não há como dar entrada no pedido de visto e nem receber a autorização solicitada antes da suspensão de emissão determinada pelo governo americano.
A cada anúncio do governo americano, mais dúvidas e incertezas. Um recente anúncio- já revogado – do presidente Trump, de que estudantes estrangeiros que frequentam aulas 100% online nos EUA deveriam voltar aos seus países de origem, fez com que o telefone da advogada Flavia Santos Lloyd não parasse de tocar.
Além de cuidar da burocracia dos processos de vistos e casos de clientes, a advogada ganhou a missão de conversar e acalmá-los. “Faz parte do meu trabalho ser um tipo de psicóloga para meus clientes, em especial os imigrantes”, conta. A advogada deu início, desde o começo da pandemia, em uma série de lives no Instagram para tirar dúvidas dos brasileiros. “É uma maneira de me conectar com meus clientes e com quem planejava vir aos Estados Unidos, explicar a situação e, na medida do possível, tranquilizá-los ou ao menos reduzir a sua ansiedade”, afirma. “Neste momento eles precisam de informação, e se eu puder ajudar, já me sinto mais tranquila”, conta Lloyd.
Muitas pessoas já estão com a passagem comprada ou pagaram programas de intercâmbio para passarem uma temporada nos Estados Unidos. Agora elas buscam por uma solução para garantir direitos e prever o que pode acontecer após a reabertura do país para receber visitantes. O planejamento já pode evitar muita dor de cabeça quando a turbulência passar.
Algumas orientações que podem ajudar:
- Se você já tinha comprado passagem e programa de intercâmbio com planos de embarcar ainda este ano, a dra. Flavia Santos Lloyd sugere que você se informe, primeiro, com a escola, que deve estar monitorando a situação do visto, do consulado e das fronteiras. “São problemas diferentes: se a pessoa não estava com visto no passaporte, ela deve ter um agendamento de entrevista para pegar o F-1. Se ela tem o visto F-1 em mãos, ela tem que monitorar a fronteira e a situação Brasil – Estados Unidos, para planejar sua entrada”, orienta a especialista.
- Se você tem visto de trabalho e estava planejando ir para os Estados Unidos: tudo depende do tipo de visto que você tem. De acordo com a advogada, são diferentes problemas, também, que a pessoa pode encontrar nesta situação. “Os vistos H, L e J, por exemplo, estão proibidos até 31 de dezembro de 2020”, lembra. Outros tipos de vistos, como o O e o B, estão liberados, mas temos o problema da fronteira fechada.
- Se você está com o status para vencer: se você estiver nos Estados Unidos e com o visto para vencer, você deve fazer uma aplicação de extensão. “Muita gente me pergunta se o governo não vai abrir exceção diante a pandemia por ser um problema global. Eu sempre oriento: seja proativo, não espere soluções automáticas do governo”, diz.
Em suas quase duas décadas de experiência, a advogada tem em sua carteira de clientes nomes conhecidos como, por exemplo, os cantores Saulo, Kevinho, Mumuzinho, Neguinho da Beija Flor, e os humoristas Rafinha Bastos e Carlinhos Maia. A profissional também cuidou do visto de trabalho de Ivete Sangalo, quanto a estrela baiana se apresentou no início deste ano no Flórida Cup.