Então, para tentar deixar o processo de aprendizado de novos idiomas menos penoso e chato, separei algumas dicas. Vamos lá?!
Muita gente busca aprender um novo idioma, principalmente, por conta da carreira profissional, afinal, saber outra língua já deixou de ser um diferencial e tem se tornado cada vez mais uma obrigação para quem quer progredir na profissão e/ou conquistar determinado emprego. Porém, também é mais que isso.
Como disse um dia o filósofo, escritor, poeta e líder budista japonês Daisaku Ikeda, “o aprendizado de outros idiomas nos permite expandir nossas fronteiras para abraçar outras nações e culturas“. Pois é, saber outros idiomas nos faz cidadãos do mundo.
Contudo, sabemos que essa afeição por novas línguas não é algo comum a todas as pessoas. Aliás, há quem simplesmente não goste e há também muita gente que tem dificuldade no aprendizado e, por isso, acaba desistindo.
Gislene Pereira, ex-intercambista e fundadora da escola de inglês BEES 84 – Brazilian Excellent English School, explica que as dificuldades costumam variar de acordo com a faixa etária e que, em geral, permeiam o medo de errar, a timidez ou algum trauma/frustração com relação a tentativas anteriores de aprendizado.
Então, para tentar deixar o processo de aprendizado de novos idiomas menos penoso e chato, separei algumas dicas. Vamos lá?!
1 – Tenha claro o porquê de estar fazendo isso
Parece bobagem, mas ter nítida a razão pela qual você quer aprender um idioma pode fazer toda diferença. Você quer aprender inglês porque visa uma promoção no trabalho? Você quer ir à Madrid e poder conversar com espanhóis na balada, na feira, na rua no idioma deles? Não interessa o motivo. O importante é estabelecê-lo e se manter firme na decisão. E claro, fazer de tudo para alcançar seu objetivo. Contudo, tome cuidado para não tornar o processo de aprendizado chato. Segundo o manual de aprendizado da escola BEES 84, “recomenda-se 30 minutos de estudos diários. Este é o mínimo recomendado e é possível dividir o tempo para ler, escrever, ouvir e falar”.
2 – Divirta-se aprendendo
Pedro Ivo Borges, estagiário de Marketing, aprendeu inglês sozinho e hoje é fluente no idioma. Seu segredo? Observar sua realidade e aproveitá-la. “A gente vive num mundo em que tudo é em inglês. Quando eu vi, percebi que já assistia muita coisa em inglês, vendo legenda, então eu já tinha a sonoridade das coisas”, comenta. O estudante também fez dois intercâmbios, um para o Canadá e outro para Austrália, visando o aprimoramento da língua estrangeira.
Usar e abusar de músicas, filmes, séries pode ser muito útil no processo de aprendizado. Além disso, uma dica bem interessante que a BEES84 traz é colocar sua vida no novo idioma. Experimente deixar seu celular, seu facebook, GPS, etiquetas em objetos, etc. tudo no idioma que está aprendendo. Esse contato diário com vocabulários e sons o ajudará a fixar a nova língua.
Ah, outra dica para deixar o aprendizado divertido, é usar a criatividade. Brinque com seu cachorro dando comandos no novo idioma, faça vídeos seus reproduzindo alguma cena de um filme ou seriado (e assim dá até para registrar seu desenvolvimento), deixe bilhetes para seus familiares/anote as tarefas do dia no idioma que está praticando, enfim, deixe a criatividade rolar solta. Vale até fingir ser gringo na balada! 😉
3 – Encontre um parceiro e/ou fale sozinho
Procure um parceiro para treinar. Procure sempre conversar, trocar mensagens e até mesmo telefonemas no novo idioma. É uma boa forma de aprender. Gabriel Rocha, analista de Business Intelligence, por exemplo, aproveitou que seu irmão comprou um curso de francês em áudio e, em meio às brincadeiras de imitar a gravação e as conversas quase que diárias, adquiriu conhecimentos em francês.
Mas, caso você não tenha a mesma sorte que Gabriel de ter alguém para praticar, não desanime. Fale sozinho! Isso mesmo! Pode parecer coisa de doido, mas é uma forma muito legal de treinar, principalmente se você não utiliza o idioma o tempo todo. É uma boa maneira de internalizar novas frases e palavras e até ajuda a melhorar sua confiança para quando você for conversar com alguém.
4 – Vire criança novamente
As crianças, normalmente, não têm medo de errar, são espontâneas, experimentam o novo idioma da melhor forma e aí, costumam aprender mais facilmente, sem bloqueios. Por isso, volte a ser criança. Deixe essa vergonha, esse medo de lado. Arrisque-se. Afinal, aprendemos errando. E se precisar perguntar, pergunte. Quantas vezes for preciso.
5 – Saia da zona de conforto
Fale com estrangeiros – na língua deles – sempre que possível. E não precisa ser só quando estiver viajando. Aproveite toda oportunidade. Seja para perguntar o caminho, seja para pedir uma bebida… Não interessa. O que vale é se esforçar. Uma dica bacana para conversar com estrangeiros aqui no Brasil mesmo é procurar hostels. Há alguns que têm bares em suas dependências e, geralmente, estão lotados de gringos!
Ah, e não fique com vergonha se tiver dificuldade. É normal se enrolar com vocabulários e gramática, mas, quanto mais você praticar, mais fácil ficará!
6 – Se puder, mergulhe de cabeça
Se você tiver a oportunidade, faça um intercâmbio. Essa é uma excelente forma de você vivenciar o novo idioma no dia a dia e em todo tipo de situação. É quando você tem a oportunidade de mergulhar de cabeça no idioma. Por isso já conversamos aqui o porquê de evitar ter contato com brasileiros durante seu intercâmbio.
Porém, se você não consegue embarcar para um intercâmbio agora, não tem problema. Há várias escolas de idiomas aqui no Brasil que costumam oferecer cursos de imersão. Geralmente os estudantes passam um fim de semana, por exemplo, em algum sítio ou hotel, onde só podem conversar em um determinado idioma. O mais comum desse tipo de programa no Brasil ainda é com inglês, mas fica a dica para os empreendedores criarem esses programas em outros idiomas! 😉
7 – Observe as pessoas falarem e ouça com atenção
Idiomas diferentes pedem movimentos diferentes da nossa língua, lábios e garganta. A pronúncia é um processo muito mais físico que mental. Logo, é preciso treino!! Observar um nativo falando pessoalmente ou por meio de filmes e série e imitá-lo irá ajudar e muito. Falo por experiência própria. Ao chegar aos Estados Unidos, onde fiz intercâmbio por quase dois anos, no primeiro mês eu buscava sempre conversar com as pessoas olhando para a boca delas. Às vezes era até meio estranho – elas me olhavam de maneira estranha porque eu me fixava em suas bocas –, mas foi a maneira que encontrei para observar a pronúncia e compreender melhor. Cada um dá seu jeito, esse foi o meu. E posso dizer que ajudou bastante!
Outro ponto importante é ouvir com atenção. O som de qualquer idioma parece estranho quando o escutamos. Porém, quanto mais nos forçamos a ouvi-lo, mais familiar aos nossos ouvidos ele se tornará, o que melhora sua internalização e aprendizagem.
Bom, essas são apenas algumas dicas para aprender um novo idioma. Mas, acredito que o fator decisivo para aprender ou não é a nossa vontade. Aprender por obrigação é chato e não funciona. Por isso, encontre um idioma com o qual se identifica e verá que o aprendizado será muito mais fácil e gostoso. E uma coisa é certa: não há língua melhor que a outra. Todas são interessantes e importantes.
Segundo o sociolinguista e poliglota inglês Matthew Youlden (que fala fluentemente nove idiomas e entende, pelo menos, mais de doze), cada um revela uma forma de ver o mundo. “Se você fala um determinado idioma, você terá uma forma diferente de analisar e interpretar o mundo do que a do falante de um outro idioma. Até mesmo idiomas que são bem próximos como espanhol e português, que podem ser considerados mutuamente inteligíveis, são dois mundos diferentes – duas mentalidades diferentes”.
Agora é com você. Qual idioma quer aprender?
Beijos e até a próxima!