A Colunista Marília Maciel, compartilha sua experiência e diz como decidiu realizar um programa de intercâmbio.
Quando aceitei o convite para escrever aqui, o que mais me empolgou foi a oportunidade de poder compartilhar com um montão de gente a experiência que tive durante meu intercâmbio e, claro, aprender muito com os leitores.
E falando em compartilhamento de experiência, recebi um e-mail de uma leitora, a Camilla, que é estudante de Jornalismo. Na mensagem ela contava que está decidia em fazer o programa de au pair, mas está mega indecisa se embarca na aventura logo após se formar ou não, pois tem receio de ficar muito tempo fora da área e, consequentemente, ter dificuldade de se recolocar no mercado quando voltar, ainda mais que só tem estágios como experiência. Ela me perguntou o que eu fiz quando tomei a decisão de fazer intercâmbio. Bom, hoje vou dividir com vocês o que eu falei para ela.
Assim como a Camilla, quando decidi fazer intercâmbio, muitas e muitas dúvidas rondaram minha cabeça. E aí, como vai ser quando eu voltar? Será que vou conseguir emprego fácil, ainda mais na área do Jornalismo que é tão cruel? Pois se você não estiver sendo vista, você é logo esquecida. Eu estaria me ausentando sem nunca ter sido efetivada. Só tinha no meu currículo estágios e dois freelas (trabalhos temporários). Mas, resolvi arriscar. Segui meu coração e meu sonho. O sonho de morar em outro país.
Apesar de ter estudado inglês por 10 anos aqui no Brasil, não me sentia preparada. Sabia que precisava aprimorá-lo, pois o mercado exige isso. Então, resolvi unir o útil ao agradável e fui em busca do meu sonho. Dois pontos me ajudaram a ficar um pouco mais tranquila em relação ao meu futuro profissional (e suprir o meu “afastamento” do mercado): fazer cursos relacionado à minha área (jornalismo) e continuar com o freela.
Fui duas vezes. A primeira vez, fiquei sete meses, e na segunda, onze meses. Durante o tempo em que estive por lá, permaneci fazendo o freela de revisora e editora de texto que prestava para uma empresa aqui do Brasil, e que conseguia fazer via internet. Então, de certa forma, ainda estava no mercado.
Fazer cursos relacionados com a área de Comunicação também foi muito importante. Aproveitei a bolsa de estudos que o programa dá e fiz alguns cursos bem interessantes na faculdade. Aliás, falarei deles no próximo post. Aproveitei também que as escolas dão aulas de idiomas a preços mais acessíveis e até mesmo de graça e fiz espanhol e inglês – preparação para TOELF.
No caso do e-mail da Camilla, lhe disse que, se ela quisesse seguir na área de televisão, talvez ficar tanto tempo fora da telinha atrapalhasse de fato, mas se ela quisesse seguir para área de internet, redes sociais e comunicação empresarial, essa experiência poderia agregar e muito.
Eu sei, não é tão fácil assim escolher nosso destino de bate e pronto. Porém, é bom ouvir nosso coração de vez em quando. Foi o que eu fiz. Não me arrependo. Quando voltei do intercâmbio, um mês depois estava empregada em uma agência de comunicação. Entrei como temporária, virei assistente, analista e cheguei a coordenadora de Mídias Sociais. Dois anos depois, fui para um e-commerce, que faz parte de um grande grupo europeu, onde estou até hoje e ocupo a posição de gerente de comunicação. Posso dizer que o inglês fez muita diferença. Como parte da equipe, principalmente no início da empresa estava na Alemanha, nossa comunicação era toda em inglês.
Por isso, minha principal dica é: se puder, durante o intercâmbio, sobretudo o de longa duração, tente realizar alguma atividade relacionada a sua área, nem que seja voluntariamente – só para se manter em contato com o mercado. E claro, se conseguir fazer cursos que tenham a ver com o que você faz, será mais interessante ainda. Assim, além de aprimorar o idioma, você ainda se atualiza e enriquece seu currículo.
Beijos e até a próxima.